sábado, 10 de outubro de 2009

A voz dos poetas são claras somente para almas sensíveis!


O escrito se segue é de um poeta amigo meu... ele, em uma manhã de um sábado absurdo, me fez refletir e tirou lágrimas de minha alma.
Tendo a não dar voz a poetas, pois eles dizem verdades cruentas de forma doce, mas sempre verdades. Neste período sinto-me perseguido pelas verdades e não leio poetas, mas Paulo Tamer, com seu silêncio, me fez perceber minha necessidade de gritar... na verdade me fez perceber e pensar em muitas coisas, mas, das coisas que me fazem pensar ora, não lhes cabe saber...

Em um sábado absurdo, o Silêncio de Paulo Tamer...

SILENCIO
Hoje, por algum motivo, eu acordei gritando.
Gritava incontrolavelmente, sem saber a que ventos gritar.
Gritei por minha mãe, por meu pai, por meu irmão.
Gritei na cara deles, mas nenhum deles me ouviu.

Passado alguns minutos, entendi que o que gritava era o meu próprio silencio.

Esse silencio que as vezes me toma e o mundo deixa de ser parte de mim pra se tornar alheio.
De vez em quando o dia amanhece barulhento, cheio de idéias, cheio de ruídos inconvenientes. É ai que rezo para que o silencio venha.
Mas os dias de silencio me sufocam, me humilham, me diminuem as idéias.

Os dias de silencio não perdoam os passos em falso.

Os dias de silencio me obstruem o escrever.
As idéias não fluem, meu corpo padece.
Parece que a vida sai um pouco de mim.
Os dias de silencio são tão tristes, as pessoas falam e eu não ouço.

As idéias rangem ao pé do meu ouvido, mas não as compreendo.

Esses dias são tão terrivelmente pacatos.
Nos dias de barulho procuro o meu silencio.
Mas nos dias de silencio procuro o grito profundo e melancólico que move minha caneta.
Nos dias de barulho quero o silencio para concatenar idéias.
Nos dias de silencio procuro tudo aquilo que fale mais alto dentro de mim.

E, hoje, algo entre o silencio e o barulho me bateu a porta

Algo de doce, algo de firme, algo de inspiração, algo de amor, algo de tristeza, algo de saudade.
Algo que não me permite, algo que me liberta, algo que me arranha, algo de algo.
Algo de verdade, algo pertinente, algo de lúcido.
É onde o homem pode se encontrar por completo: um momento pobremente escasso de contradição.

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