TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
(...)
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
(...)
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
(...)
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
(...)
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
(...)
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
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Ficou massa, Ney!
ResponderExcluirLindo mesmo esse mosaico do poema do pessoa, bela leitura...
olha, Tchekhov eu também não conheço, mas aí, sobre "qualquer outro livro" podemos falar! rs! Gostei daqui, das cores e poesias! E obrigadíssima pela visita, embora eu pensei que vc leu o meu texto mais arrogante, acredite: eu sou melhorzinha ...hahahaha!!! Bjs!
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